domingo, 14 de dezembro de 2008

As vezes que eu ja morri



Eu ja morri de frio e de calor;

De fome, de medo e de raiva.

Tambem ja morri de pressa ou de tanto esperar

Mas, dentre todas, a saudade foi a pior das mortes

(ou seria a morte a pior das saudades?)

Depois de tantas delas,parte de mim continua viva

e , essa parte que restou quer morrer de rir

Pro resto da vida.




quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Canção

"...and you think you have to want more than you need...
until you have it all, you won't be free.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.

When you want more than
you have, you think you need...
and when you think more then you want, your thoughts begin to bleed.
I think I need to find a bigger place...
cause when you have more than you think, you need more space."

Society – Eddie Vedder

Do outro lado da cortina

Minha casa tem uma cortina que divide “meu quarto” do quarto do Yoshi (meu colega voluntário, do Japão).

Quando ele come, eu ouço do meu lado da cortina. Não sei se já presenciaram um japonês se alimentando mas, é praticamente uma sugadora. Fazem aquele barulho de tomar sopa não importa o que estão comendo e quanto mais alto, acho que melhor...

E eu,  do meu lado da cortina, fico pensando quantas vezes mães mandam os filhos pararem de fazer esse barulho quando estão comendo.

Então, eu imagino que quando eu como, tentando evitar qualquer barulho, do lado de lá da cortina ele deve pensar que por não fazer barulho, eu estou faltando com educação...

Culturas diferentes nos ensinam que tudo depende do lado da cortina que a gente está.

Uma atitude extinta


A boa educação nos ensinou a dizer “boa tarde”, “bom dia” ou “como vai voce” quando topamos um conhecido na rua.

E assim o fazemos, pelo prezar da boa educação e não necessariamente pq de fato queremos saber como vai a pessoa. Na grande maioria das vezes o que de fato acontece é que estamos ocupados de mais para ouvir a resposta.

Mas, pela boa educação, assim o fazemos.

Uma coisa que eu gosto muito daqui é que as pessoas se saúdam na rua. Desconhecidos se cumprimentam e tornam-se conhecidos de uma palavra que a gente desconhece: cortesia.

Alem da boa educação, a cortesia não é etiqueta, é Atitude.

Eu me surpreendo ao ouvir um “good morning miss” de uma criança na rua, ou de um jovem, ou um velho.

Um sorriso imediato preenche minha face.

 

Tenho um desafio: experimente hoje, no caminho do estacionamento até o supermercado, dizer uma “boa tarde” a um desconhecido ou, mais que dizer, desejar boa tarde. E, não olhe pro relógio depois disso, olhe para a pessoa e perceba a expressão dela (que provavelmente será de estranhamento ou surpresa). Pq hoje em dia, os únicos estranhos que nos saúdam na rua são vendedores querendo nos enfiar um cartão ou um produto. São pobres, pedindo esmola ou bêbados nos infortunando.

E eu espero que mesmo assim, vc seja capaz de sentir o sentimento do bem que vc desejou a esse estranho...e ficarei torcendo pra que qualquer dia desses, vc tenha a sorte como eu tenho aqui, de ser abordado por um bom dia ...assim, de graça. Sem pedir nada em troca...

E quando isso acontecer, que vc se deu conta que acabou de fazer parte do milagre da cortesia...


cortesia

noun feminine cortesia [kurtə'ziɐ] delicadeza

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Auto Retrato



“Animals don´t escape to somewhere but from something”
Life of Pi – Yann Martel

“(Fear) so you must fight hard to express it. You must fight hard to shine the light of words upon it. Because if you don´t , if your fear becomes a wordless darkness that you avoid, perhaps even manage to forget, you open yourself to further attacks of fear because you never truly fought the opponent who defeated you.”
Life of Pi – Yann Martel


“What is life, after all, but a story, some fiction and some truth:
In the end there are words. They are the very manifestation of our immortality.”
Zenzele – J. Nozipu Maraire

E eu...sou um pouquinho disso tudo... fazendo do medo, do aprendizado, do novo, do velho - palavras pra que tudo isso saia do meu umbigo - para o seu.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A lampada e uma ideia (que eh boa)


Quando era pequena, ouvi alguem dizer que se jogasse agua na lampada acesa ela estourava. Mesmo sem saber se era verdade eu achei a informacao muito bacana.
Na mesma epoca, no colegio, aprendi sobre experiencias empiricas. Sorte a minha! Nao demorou muito para que eu colocasse os novos conhecimentos em pratica.
Peguei o copo de agua e me dirigi ao lavabo (la as lampadas sao baixas, ao lao do espelho , entao, a chance de acertar o alvo seria praticamente 100%).
Deixei a lampada esquentar e mandei a ver o copo de agua. Hoje, afirmo que agua gelada em lampada quente = caco de vidro na pia.

Por aqui, quando vou passar alguma informacao, elas parecem vazias... sem experiencia e eu nao gosto disso. Minha aflicao nao se restringe ao fato de " e se nao der certo" ...pq se nao der certo uma horta, pra mim nada muda, certo? errado... pq eu acabei de desperdicar o interesse e o esforco de alguem. Se eu fosse melhor preparada, ou alguem no meu lugar poderia fazer com que a ideia (que eh boa) de fato funcionasse.

Quando surge um desafio, ele eh muito maior pq eu nao tenho conhecimento... e , experimentar quando eh pra gente, tudo bem... a gente aprende. Experimentar com os outros eh que nao eh justo.

Me sinto como se nunca tivesse limpado a pia de cacos e nao gosto de me sentir assim.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Um caso de amor

É algo que minha fotografia não consegue explicar...
O carinho que ele demonstrava por ela me comoveu. 
Ali, sob um sol escaldante, ele a acariciava...
Mostrava amor e eu sentia, ao observar, que também havia respeito.
Cansado, depois de um dia árduo... e ainda assim, ao chegar em casa, era capaz de tratá-la com um carinho tamanho.
Sim...senti o amor que havia dele para ela quando aquele homem dedicava tamanha atenção à terra na qual estávamos prestes a plantar...
Era diferente de mexer na terra... parecia mesmo carinho!

Permissão

De acordo com a tradição Maia, antes de explorar a natureza, um ritual é celebrado. Uma vela para cada um dos elementos, inenso e orações para perdir permissão aos Deuses e extrair os alimentos.
Nas orações também pedem proteção para que  picada de cobras, acidentes com facão ou ataque de animais não acontecam. 

Tamanho respeito que é difícil de encontrar...



Obra humana

A nossa geração prometeu mudar o mundo!
Conseguimos!!!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fotografia

Paulo Mendes Campos disse que Ser Brotinho " e tambem dar sentido de repente ao vacuo absoluto."

Eu acho isso da fotografia!

Futuro - utopico

" E terao um peito capaz de piedade, terao olhos capazes de ver alem da nossa grotesca feiura, da nossa maldade e imperfeicao."
Raquel de Queiroz

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Seca



Com o passar dos anos (e do Sol) o solo seca. Seca pq falta água!
Mas, a gente seca também, já perceberam?
Só não encontrei uma resposta tão simples ainda do que é que falta...
Que a cada dia, a gente possa encontrar algo que regue e leve nossa alma adiante- radiante (feito o sol que seca).

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Vida louca vida

Enfim cheguei a minha nova casa.

Vou contar algumas partes da minha nova rotina que julgo interessante.

A aldeia:

Blue Creek ao Sul de Toledo – Belize conta com uma população de 231 habitantes. Formada por descendentes de Maias, os idiomas aqui ouvidos são Maia Mopan, Maia Keq Chi e, por ser a língua oficial do país, os mais jovens falam Inglês.


Minha moradia:

Eu estou morando na casa de uma família local. Na verdade eu moro em um quarto(foto) e posso utilizar as facilidades da casa.


Pra começar, eu achava que era uma casa com telhado de sapê. O meu quarto não é. A cozinha, uma outra casa, é. Mas, meu cômodo é de madeira. Também nos disseram que não teríamos eletricidade e, temos. Usamos luz, a noite, para leitura e uma tomada para carregar eletrônicos.

As pessoas aqui não usam cama, só rede mas, nós teremos cama. Por enquanto colchão no chão. De toda forma, eu tenho uma rede que vou colocar aqui pra ficar mais fiel a cultura local.

A rotina:

De fato, a vida aqui é mais simples. Não tem banheiro. É uma fossa (isso que chama) e, para chocar os mais clássicos: banho no rio. Água azulzinha! E, a comunidade inteira se banha nele. Lá é também onde lavamos as roupas, em pedras. É muito interessante experienciar tudo isso.


A família:

São os pais e nada mais nada menos que 10 filhos sendo que 2 não moram em casa então, no presente momento eu tenho 8 irmãos ( 1 irmão e 7 irmãs).Cada um tem suas responsabilidades na casa e com os irmãos mais novos. As crianças são lindas e lógico já me apeguei a elas todas. Não gosto de favoritismo, mas tai a foto da Ana


Nós temos café, almoço e jantar juntos e, como meu aposento é do ladinho, a gente se vê o tempo todo. As meninas são também minhas guias nesse tempo. Me levam a lugares, me ensinam coisas. Dentre as lições está o Keq chi a língua local – que e já administrei aprender algumas sentenças e um vocabulário básico (mas todos em casa falam inglês também) e agora começaremos com alguns artesanatos – primeiro um bordado típico e depois uns cestos de palha. O bordado abaixo é minha primeira arte.


O que eu também já comecei a fazer são as tortillas. Saem um pouco tortas enquanto as delas, redondinhas, mas, eu acho que no fundo, as minhas é que são certas – afinal: tort-illas. E, no velho e bom estilo forno a lenha.


Meu meio de transporte é uma bicicleta (o que será bom pra exercício). Ontem ela já quebrou a corrente mas, meu dupla arrumou. Quando chove, o desafio é atravessar a ponte.Não é tão aventura pq o nível de dificuldade é muito pequeno mas, achei legal dividir com vocês.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Nao sou eu quem me navega


Estou navegando... em busca de um lugar pra atracar mas, ao mesmo tempo navego pra me entender. Pra saber em que terrar firmarei meus passos, o que quero fazer. Tenho mapas que me deram e uma bússola minha que posso seguir.Mas, nesse momento, como diz Paulinho da Viola: não sou eu quem me navego quem me navega é o mar.
Navegar é bom! No percurso muito se aprende, muitos vou conhecendo. Vale a pena e muito! Parece estranho mas, ficar longe me ajuda a encontrar o meu lugar.

“Era naquele porto que a gente gostaria de colher as velas, trocar a ansiedade, a inquietação, a angústia latente e sem remédio, o medo múltiplo e cósmico, todas as interrogações, por aquela paz. Acordar de manhã, depois de dormir a noite, achando que vale a pena, que paga, que compensa botar os dois pés entusiasmados no chão.”

Sobre as lembranças

“... são cordiais! São borboletas: passam, enfeitam o instante com algumas cores, voejam e partem. Se deixam alguma coisa, é um sorriso na alma do visitado.”

A Página perdida



Já tem algum tempo, ganhei um livro de capa dura, bem bonito e interessante que desde então carrego sempre comigo.
Um dia, alguém tirou uma das páginas sem querer. Eu me senti um tanto culpada, pois dentre minhas páginas favoritas que lia e relia aquela era uma que não tinha dado atenção merecida nos últimos tempos. E, quando perdemos algo, é comum nos culparmos e imaginar como seria diferente “se”...

Mas, não há nada a ser feito. Aquela página foi-se. Mas, até hoje me recordo bem a mensagem que ela transmitia. Sim, isso fica! Ainda assim, nunca tentei reescrevê-la (nem mesmo tive vontade) porque mesmo que o faça, não será como a página tirada.
Não me importo (e até me agrada a idéia) de encontrar outras páginas com belas mensagens pra acrescentar entre as outras, mas, nunca com a intenção de ocupar aquele vazio deixado, o espaço já cativado. São todas novas páginas.

Nem mesmo a alegria e gratidão, de novos encontros, me tiram o saudosismo. Direto folheio o livro em busca daquela página. Quando me dou conta que se foi de vez, sempre lamento, mas noto com clareza que tudo aquilo esta muito presente dentro de mim e de olhos fechados, posso sentir em meus dedos a página que me escapou.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Em mim

“Serás vida, bem vinda

Serás viva, bem viva...

em mim”.

OTM


Pelo maior tempo possível


Eu poderia discursar dos tempos quando eu era criança e da maneira com que aproveitávamos a infância. Ou ainda, falar das histórias que eu ouvia dos mais velhos da época em que eles eram crianças... Já diziam eles que as coisas iam perdendo a graça e sinto como se as novas gerações perderam ainda mais do que a minha.

Eu ainda brinquei na rua de casa, sei o que é um peão, sei como fazer boneca com espiga de milho, andar com perna-de-pau e fazer massinha com trigo e água! Jogava basquete também na rua ou o que era melhor ainda: Taco com os primos de Leme ou Bets com os de Jales.

Esses dias conheci a Illana. Uma menina de 3 anos que brincava com um pedaço de pau enquanto sua mãe fazia tortillas para vender aos turistas.

Meu espanhol não é tão claro para me comunicar bem com crianças mas, eu tinha que tentar. Pouco conversamos e achei que era a hora de fazer alguma graça para conquistar a confiança da garotinha....então, pedi que me passasse o pedaço de pau (como um cabo de vassoura) e, sentada, fazendo careta comecei a equilibrar na palma da mão. A garotinha sorria absurdamente e eu me prendia naquele sorriso com medo que a pureza guardada nele logo se perdesse.

Aquele sorriso cativante e carregado de inocência enchia meu coração e meu pensamento torcia para que isso tudo fosse preservado... pelo maior tempo possível.

“A civilização criou a suprema fúria das precocidades e dos apetites. Não há mais criança. Há homens. As meninas, que aliás sempre se fizeram mais depressa mulheres que os meninos homens, seguem a vertigem. E o mal das civilizações, com o  vício, o cansaço, o esgotamento, dá como resultado crianças pervertidas. Pervertidas em todas as classes; nos pobres por miséria e fome; nos burgueses por ambição de luxo; nos ricos por vício e degeneração.”

João do Rio

27.07.08

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O copo



Pra alguém que se faz presente:

"O copo meio vazio

Falta água

Falta algo!

Cade a flor Violeta

Pra trazer sorriso aos nossos dias?

 

Falta!

Não está lá!

Mas  e o copo?

Ah, o copo está meio cheio..

Cheio de saudade.

 

Saudade do sorriso

E da doçura do sentimento

Sentimento forte

Que resiste até...

até além do sempre.


A flor Violeta voou...

e borboleta virou..

Pra trazer sorriso ao nosso dias

Se faz presente..." 



Nada a declarar



"O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo." Clarice Lispector

“Se vende paredes’’

Lembro-me de uma aula de sociologia, quando discutíamos sobre globalização. Muito do mesmo se fala do assunto, mas, nesse dia uma frase ficou na minha cabeça.
Já passado alguns anos ainda me lembro quando o professor deu a seguinte definição (que infelizmente não me recordo a origem e nem as palavras exatas) mas, a idéia era a seguinte:
“A globalização é um fenômeno que aproxima o distante e distancia os próximos.”

Alguém com uma definição mais verídica?
Vendem-se paredes, muros e tudo aquilo que afasta quem está próximo e de uma forma dita “mágica” aproxima quem está distante. Assim, podemos nos comunicar com o vizinho do nosso amigo em Marrocos, mas, somos incapazes de nos comunicar com nossos próprios vizinhos, ali, só levantando a cabeça pra cima do muro. Mas me lembrei: os muros são muito altos e, mesmo em nossas pernas de pau ou salto- altos, não conseguimos ver além.
Espero então pelo dia que ao invés de uma placa de “se vende paredes” irei caminhar e me deparar ao lado de um portão com um velho galão de alumínio de leite deixado ali por um
fazendeiro cujo nome, o dono da casa saberá.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Estrada

"I wanted movement and not a calm course of existence, I wanted excitement and danger and the chance to sacrifice myself for my love. I felt in myself a superabundace of energy which found no outlet in our quiet life." 


Leo Tolstoy -" Family Happiness"

O mundo é minha casa


Pé na estrada, o mundo é minha casa.

Saio com objetivos simples de descobrir e vivenciar outros estilos de vida para que no fim, depois de tanto ter conhecido, eu possa escolher o tipo de vida que quero ter.

Saio com o coração aberto e a mente centrada para dividir minhas experiências e conhecer pessoas novas.

Que eu tenha discernimento e senstez para tratar as diferenças sempre como algo positivo. Que a aceitação ultrapasse a tolerância e seja algo de fato aceitado. que eu busque entender antes de tentar ser entendida e que no fim, fique a certeza de poder ter espalhado coisas do bem por ai...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O caminho

Hoje começa de fato a viagem. Não consigo precisar ao certo as cidades que passarei nos próximos dias mas, a rota "macro" (em vermelho no mapa) será a seguinte:
Saimos hoje de Los Angeles, passaremos em San Diego e a próxima parada já é Tijuana.
Seguiremos depois ao sul passando em algumas cidades historicas e, em pequenos vilarejos conhecendo os costumes locais. Assim segue a viagem passando por Guatemala, El Salvador, Nicaragua onde fazemos um retorno rumo ao Norte passando por Honduras e por volta de 10 de agosto, finalmente chegaremos a Belize.

O projeto que atuarei fica no Sul, em Toledo. É um vilarejo Maia com casas de sapé, sem eletricidade mas distante uma hora da Capital, Punta Gorda onde terei acesso à civilização.

Seguirei a dica do meu irmão e salvarei os arquivos no computador no decorrer da viagem para postá-los quando achar acesso à internet.

Abraço,

quinta-feira, 10 de julho de 2008

De malas prontas...

Em 5 dias, o mundo será minha casa.
Não terei endereço, telefone ou internet.
Como diz meu amigo: fui por ai...

Fui por ai descobrir coisas novas
o que move as pessoas do lado de cá do mundo
e o que impede que elas se movam também.

E isso me deixa feliz!
Por inteiro!
ou quase
pois queria que pudessem
vivenciar tudo comigo.
Mas fora isso,
sei que fiz a escolha certa.
Escolhi ser feliz!

A gente se ve por ai, combinado?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Organic Farming - a moda antiga

*videozinho que produzimos por aqui

Tecnologia, alimentos geneticamente modificados, grandes se não gigantescas plantações. O avanço tecnológico na agricultura pode também ser visto como uma grande catastrofe. Não sabemos o que comemos e , cada vez mais os alimentos perdem o sabor. Encontrei o sabor com um tempero de esperança na agricultura orgânica. Essa prática não só abomina o uso de pesticidas ou fertilizantes químicos como acaba sendo uma ferramenta de desenvolvimento para comunidades carentes. Não parando por ai, vi nessa história toda um estilo de vida. Como parte de um trabalho aqui fiz um videozinho que explica as coisas bacanas dessa antiga prática que encanta por ser, pra mim, mais atraente, justa e correta do que a agricultura praticada atualmente.
Tecnologia definitivamente não é o mesmo que desenvolvimento ( e eu estou pra dizer que o oposto se faz verdade).


..."dizem que o espírito da indústria tem despoetizado todas as artes, e que as máquinas vão reduzindo o mais belo trabalho a um movimento monótono e regular, que destrói todas as emoções, e trasforma o homem num autômato escravo de outro autômato."
José de Alencar

quarta-feira, 2 de julho de 2008

True to myself

Eu não sei ao certo o que pensam os mais clássicos, muito  menos sei o que pensam os mais descolados. A verdade é que estilo de cabelo, roupa e o que quer que seja não muda quem somos (muda como os outros nos vêem) . Geralmente, nos adequamos ao padrão. Mas, pq é que ao invés de mudarmos quem somos, as pessoas que nos vêem não mudam seu jeito de olhar?


Já dizia o filho Marley " faça o que você sente e não se engane pq não posso te fazer feliz, a não ser que eu seja - seja verdadeiro com você mesmo."

Para comemorar a fidelidade a quem eu sou, na festa de hoje não vou correr atrás de chapinha, tampouco pagar caro pra alisar minha crina...pra dançar a minha música nada disso importa.

Roots!

domingo, 29 de junho de 2008

De leve, levo...

De leve levo a vida
e ela vai me levando.
Sem muito saber pra onde, deixo-me levar
aproveitando levar comigo cada momento.

Me leva e levo comigo: pessoas, lugares e o som do vento.
o som da onda...da onda que leva e traz. 
Leva meus pensamentos consigo e traz a recordação.

Recorda-me do que é do bem.
Lava minha alma
faz dela alma leve
e deixe que ela leve adiante só o que é bom.

06.02.08

terça-feira, 17 de junho de 2008

O que você espera?

A gente espera o ônibus no ponto, o pão ficar pronto em 15 minutinhos na padaria, a gente espera a árvore crescer e brotar jabuticaba. Espera o telefone tocar, a carta chegar...
A gente vive uma espera frenética. Espera uma promoção no emprego ou de um produto que a gente quer comprar.
Por pior que seja a pergunta que eu vou fazer, entenda isso como um eufemismo: você alguma vez se perguntou o que a jabuticabeira espera de você?
Em outras palavras, melhor utilizadas por Leoni "a gente espera do mundo e o mundo espera de nos!" E a gente não tem feito nossa parte. Somos acostumados a consumir, compulsoriamente que a gente nem se da conta. A industria de alimentos, a agricultura, os trangênicos, queima de combustível, desperdícios e a lista não para...
E a gente compra cada vez mais, sabendo cada vez menos o que é que estamos comprando...
Acontece que a gente não sente na pele o efeito de nada que a gente tem feito para o mundo (uns sentem outros não) e, em nosso supremo egoísmo, enquanto a água não bater na nossa bunda, não faremos nada. Desculpe a insistência mas a música que falei ali em cima ainda me serve: Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder?"
A pergunta que faço então: O que o mundo pode esperar de você?

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Temperado

Aqui é uma mistura
de cenouras, couve e flores
e até alguns pepinos...
que fazem tudo ainda valer a pena.

Mas tem coisas que fazem mudar meu temperamento.
Muda pq tem aquelas pitadinhas que  incomodam o fundinho da língua e muitos outros temperos que ralados ou bem misturados me enganam, passam despercebidos. Mas até ai, vai lá. O pior são aqueles temperos que eu não gosto, que não engulo - que mais se parecem com veneno.

E já que a metáfora é culinária, deixo um menu, pra que escolham a frase final:
o resultado acaba em pizza ou ...meia boca.          

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Amuletos

" Nem tudo é consumo, nem tudo é lobby, nem oportunidade
De usar as pessoas em busca de alguma recompensa
Amizade é a semente que eu rego, o amuleto que eu carrego e alimenta a minha crença
Que a força dessa cumplicidade é o que faz a diferença"

Gabriel Pensador


Nós podemos atribuir aos objetos valores, crenças, lembranças e sentimentos. Alguns carregam terços eu prefiro os inteiros.
Já tive amuletos de diferentes formas, diferentes cores e nos quais eu depositava diferentes sentimentos mas, todos eles, carregavam alguma esperança.
Alguns, não tenho mais pq passei adiante outros perdi. Sinto pelos que eu perdi por não poder passá-los adiante.

Contento-me em saber que perde-se o símbolo, fica o sentimento... 
amizade é o amuleto que eu carrego (pra sempre).

terça-feira, 3 de junho de 2008

Voltas...



Como um carrossel, o mundo vai girando
e nesse brincadeira temos duas opções:

A primeira é entrar no carrossel, rodar, rodar e sair torto... tonto, cambaleando e até cair.
A outra é você ficar confortavel vendo tudo acontecer.

Das duas, eu ainda fico com a primeira opção!

" Quem tiver os seus pecados trate de ir-se arrependendo que a hora chegou e chegou feia. Quem não viu o que tinha que ver, procure olhar e fartar os olhos; quem não amou ame depressa, quem não se vingou se vingue. O tempo urge - faça-se o que é mister se feito, que o relógio já bateu..."  
Rachel de  Queiroz

O mundo vai acabar?  
Não agora! Esse é meu conselho pra hoje.

Quero contar história...



" A vida é como uma caixa de chocolate...você nunca sabe o que vai encontrar".

Forest Gump
* Buba & Gump Bar- San Francisco -CA

sábado, 31 de maio de 2008

Logo ali



Que senseção de liberdade me traz
ver o bater das asas, o mover das ondas,
o soprar do vento.
...
Por mais que o pano de fundo seja Alcatraz.



quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vitrine de idéias



Vista a camisa daquilo que você acredita!

O meu sonho não é (só) meu


" ENQUANTO ELES CAPITALIZAM A REALIDADE
EU SOCIALIZO MEUS SONHOS."
Sérgio Vaz

terça-feira, 20 de maio de 2008

Eu topo!




Pedra no meu caminho eu "topo"
tropeço, grito e sinto um cantinho latejante
Até poderia desistir...
mas sempre disseram (né irmão) 
que eu sou cabeça dura.
Ta certo que pedra também é
mas falam por ai
que tanto bate até que fura.


Então eu topo!
Topo mergulhar
de cabeça  
(pq ela é que é dura).
Até que a pedra fura
E  eu...continuo meu caminho...
Em paz!



quinta-feira, 15 de maio de 2008

A verdade incontestável

O bom de viajar é uma parte grande conhecer gente, o restante: conhecer lugares.
Por aqui, conheci gente de todo tipo.

Uns diferentes (herança cultural), outros diferentes e ponto. Alguns insanos outros malucos e nada muito normal. 
Uns são mais interessantes, outros também e a gente vai apredendo com o que é bom (e como não ser com o que é ruim). 

Dentre tantos, uma das coisas compartilhadas que valeu a pena e me fez pensar foi o documentário "Discovering the cost of love" que conta sobre as avós africanas que recebem como herança de seus filhos os netos para criar. Nessa longa batalha as imagens me faziam pensar mas, ao final, dentre tantas perguntas, uma delas era:  Como será que eles vêem a morte e a vida uma vez que a primeira se faz mais constante que a segunda? (lógico que só morrem as pessoas que vivem mas nem sempre vivem as pessoas que morrem).

Abaixo a terceira parte do documentário. Vale a pena ver a trilogia mas, se o tempo for curto, essa terceira parte ilustra meu pensamento.

E a gente? A gente reclama de tanto... mas não devia!

" ... a verdade mais incontestável que achei debaixo do sol é que ninguém se deve queixar, porque cada pessoa é sempre mais feliz do que a outra...
O sol das onzes horas batia de chapa em todos nós; mas sem tirarmos o chapéu, abríamos os de sol e seguíamos a suar até o lugar onde devia verificar-se o enterramento. Naquele lugar esbarramos com seis ou oito homens ocupados em abrir covas: estavam de cabeça descoberta, a erguer e fazia cair a enxada. Nós enterramos o morto, voltamos nos carros, e daí às nossas casas ou repartições. E eles? Lá os achamos, lá os deixamos, ao sol, de cabeça descoberta, a trabalhar com a enxada. Se o sol nos fazia mal, que não faria àqueles pobres-diabos, durante todas as horas quentes do dia?"
Machado de Assis 


terça-feira, 13 de maio de 2008

Ame ni mo Makezu

Eu sempre fui apaixonada pela cultura oriental - desde a comida, passando pelo respeito e lealdade que observava nas pessoas que conhecia.
Aqui, no meu time, são 6 japoneses e eu estou aprendendo algumas palavras.
Uma das coisas que eles compartilharam comigo foi  um poema clássico japonês (que tem uns 50 anos) - Ame ni mo Makezu.

Não vou arriscar traduzir todo ele, mas, a idéia é quase que assim:



"Não se deixe vencer pela chuva
Não se deixe vencer pelo vento
Não se deixe vencer pela neve ou pelo calor do verão
Nunca perca o temperamento
E cultive a alegria."

Depois ele fala sobre ajudar ao próximo e um tanto de outras coisas bacanas.
A frase mais famosa é: 


"サウイフモノニ
ワタシハナリタイ

sō iu mono ni
watashi wa naritai"


Que quer dizer: Esse é o tipo de pessoa que eu quero ser!


Pobreza (de quem)?

Esse é um tema que eu gostaria de debater com mais calma, mas, prometo voltar a falar dele... 
Por enquanto, deixarei apenas um breve pensamento que é mais ou menos assim:

"As pessoas em nações pobres estão confortavelmente bem; As pessoas nas nações ricas, geralmente pobres."

Peço desculpas por não saber a fonte dessa informação mas, eu assinaria em baixo.
Me lembro de uma vez que fui pra São Paulo, no bar do Zé Batidão, em um bairro na zona sul (que com certeza não está no guia da Veja São Paulo).

Sentada em um boteco, pedimos uma porção de carne seca e um copo de cachaça. As pessoas da comunidade se reuniam ali toda quarta para realizar o Cooperifa - uma cooperativa cultural - que toda semana realiza um Sarau.



As pessoas se reunião ali para compartilhar sentimentos. Em uma favela, um boteco, imagina-se bebidas, esbórnia, falação - lá existia silêncio total (a não ser a voz que eu ouço e ecoa em mim até hoje de quem se apresentava),as pessoas da comunidade bebiam refrigerante e tinham sobre a mesa seus livros (publicados de forma artesanal) o que os deixava ainda mais interessantes. Crianças, homens e mulheres desfrutavam ali de uma das apresentações culturais que eu mais gostei de ver...

Não, eu não quero exaltar a pobreza. Ela me deixa triste. Mas, o que é pobreza?
Aquelas pessoas ali, acostumadas com a exclusão, exaltavam suas raizes, a cor negra era o uniforme da cultura e era invejável o tesão que eles tinham de fazer parte daquela comunidade, daquele bairro. O orgulho estampado na voz, a revolta solta no ar, compartilhada ali com todo mundo.

As pessoas eram todas recebidas com um Salve e, para minha surpresa (das boas), um dos moradores da comunidade era um conhecido meu ( um músico de um bar na Vila Madá). E eu, na minha pobreza, me orgulhei de ter aquele vínculo tão pequeno com alguém dali - como se eu fizesse ao menos uma pontinha de parte daquela riqueza que não se vê no Morumbi...

É triste a pobreza que mata! Mas a pobreza de espírito também mata - aos pouquinhos mas espalha-se como epidemia.

" Perdure a notícia, ao menos, de alguém que neste país novo ocupou a vida inteira em criar uma indústria liberal, ganhar alguns milhares de réis, para ir afinal dormir em sete palmos de uma sepultura perpétua. Perpétua!
Machado de Assis

domingo, 11 de maio de 2008

Dia Dela




MÃE







Sou parte dela

e ela é parte de mim...

Bom ter a certeza

desse amor que não tem fim.









Sou grata por permitir

que eu trace meu caminho

por suportar a saudade

e me dar de presente a liberdade.









Aqui ou acolá

Você podendo me ver, ou não

Quero que nunca se esqueça

Que guardo-te no coração









Carrego-te dentro de mim

E assim como o seu amor

O meu...

O meu também não tem fim.











Marina
















Para minha mãe e todas as mães: madrinhas, tias, avós, amigas, primas -Parabéns pelo seu dia e obrigada pelo amor incondicional dedicado aos seus filhos...

sábado, 10 de maio de 2008

Instituições...

Você pode correr mas, elas vão te encontrar!

Seja mulher de Paulinho que por algum Guri ganham bilhões (de investimentos duvidosos)...ou seja na Gringa (onde espera-se que os esforços sejam melhor aproveitados).

É certo, em todas as instâncias ou coisas de todas as naturezas nada é 100% mas, ao menos, o ideal são as instituições que buscam melhorar, que fazem hoje como parte de um processo, buscando ser algo melhor no futuro não aquelas que fazem por fazer, sem avaliar, sem prestar contas jogando sua credibilidade para fora da janela e atirando na pontinha de esperança daqueles que ainda resistiram e tentaram praticar o altruísmo.

A patifaria praticada nas organizações sem fins lucrativos não só põe em risco a situação social dos menos favorecidos uma vez... faz isso duplamente ao acabar desmotivando o pequeno batalhão de pessoas que até então acreditavam, tinham alguma esperança de um mundo melhor.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

E aquela casa no campo...

Dia desses fiz uma caminhada até uma cachoeira. Não, não é no quintal de casa mas, bem próximo. Uma caminhada montanha a cima e pronto. Lá junto com a água caindo, ia espalhando meus pensamentos no ar.

Sempre pensei na casa do campo pq o que quero é simples! A gente é que complica a vida da gente. A gente "da cidade" sempre critica a condição intelectual de quem está afastado disso que mais é uma convulsão de consumo e outros tantos e tantos exageros ...


Quando a ignorância, pelo menos nesse caso, é muito mais honesta. Quem não tem acesso a informação justifica atitude errôneas. O que me incomoda é a mentalidade de intelectual que muito fala e nada faz e que nem se quer nota o nó que aperta sua garganta (seja em forma de gravata ou coleira, ou qualquer outra forma imaginária).


É por isso que eu continuo afirmando que quero aquela casa no campo..." onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros... e nada mais."





" Nenhuma delas tem plena convicção do que pratica. E algum de nós, nesse instante vertiginoso da cidade, tem plena consciência, exata consciência do que faz?"

João do Rio, Modern Girls

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Castelinhos na areia (+ e - )

Como já deve ter ficado bem claro, nem tudo é só o que parece. Então, castelinho na areia é bem mais do que uma recordação esquecida ali por alguma criança.
Não me lembro a data exata mas, era carnaval (e diferente dos últimos todos) eu estava em Leme. Apesar das peripécias todas aprontadas e de não me lembrar exatamente de tudo, uma coisa ficou marcada.
Já era fim do baile, sentada, o sol já dando seu salve, um cidadão sentou ao meu lado e começou a conversar. Nessas circunstâncias, as conversas geralmente não prestam mas essa (apesar de rápida) foi diferente.

A frase do cidadão foi: tudo tem seu lado positivo e seu lado negativo!
Ok, todo mundo já ouviu isso (eu também já tinha ouvido) mas, dessa vez, o exemplo dado tinha sido mais claro. O que ele queria dizer era que para TUDO existem dois lados. Mesmo quando estamos construindo, algum outro lado se perde.

Como um castelinho feito na areia, usando um balde... você forma o castelo mas, não para pra pensar que deixou também um buraco (que pode ter outro formato mas tem a mesma medida do que o castelo).

Geralmente, pedimos as pessoas em situações difíceis que tentem ver o lado bom das coisas mas, raramente, quando as coisas estão indo bem, nos questionamos se isso interfere negativamente em alguma coisa, em alguém...
É basicamente isso que mede a integridade de alguém. Pense sempre nisso antes de agir. Vai ser um pouco difícil no começo mas, logo vira hábito.
Quer alguns exemplos?
  • Quando for fazer compras no supermercado e se atolar de sacolinhas para facilitar o seu conforto, pense no acúmulo delas todas ao longo dos anos e o que isso vai fazer pros netos dos seus filhos... leve sacolas de pano (um monte delas) ou carrinhos de feira.
  • Ao escovar os dentes e deixar a água correndo, já comece a torcer ou rezar para seus bisnetos serem ricos e poderem bancar água...
  • Já que depende do seu carro e é perigoso andar de bicicleta devido ao caos do trânsito, garanta que seus pneus estejam balanceados seu carro revisado (assim, polui-se menos).
  • Desplugue os aparelhos eletrônicos mesmo quando estiverem desligados.
  • Troque ao menos 3 lâmpadas que utiliza bastante por lâmpadas frias...
  • Recicle! Descubra se existe uma cooperativa de reciclagem, entre em contato!
  • Doe um livro, construa uma biblioteca ou leia para uma criança...

Na medida do possível : Faça a diferença!!!