quinta-feira, 15 de maio de 2008

A verdade incontestável

O bom de viajar é uma parte grande conhecer gente, o restante: conhecer lugares.
Por aqui, conheci gente de todo tipo.

Uns diferentes (herança cultural), outros diferentes e ponto. Alguns insanos outros malucos e nada muito normal. 
Uns são mais interessantes, outros também e a gente vai apredendo com o que é bom (e como não ser com o que é ruim). 

Dentre tantos, uma das coisas compartilhadas que valeu a pena e me fez pensar foi o documentário "Discovering the cost of love" que conta sobre as avós africanas que recebem como herança de seus filhos os netos para criar. Nessa longa batalha as imagens me faziam pensar mas, ao final, dentre tantas perguntas, uma delas era:  Como será que eles vêem a morte e a vida uma vez que a primeira se faz mais constante que a segunda? (lógico que só morrem as pessoas que vivem mas nem sempre vivem as pessoas que morrem).

Abaixo a terceira parte do documentário. Vale a pena ver a trilogia mas, se o tempo for curto, essa terceira parte ilustra meu pensamento.

E a gente? A gente reclama de tanto... mas não devia!

" ... a verdade mais incontestável que achei debaixo do sol é que ninguém se deve queixar, porque cada pessoa é sempre mais feliz do que a outra...
O sol das onzes horas batia de chapa em todos nós; mas sem tirarmos o chapéu, abríamos os de sol e seguíamos a suar até o lugar onde devia verificar-se o enterramento. Naquele lugar esbarramos com seis ou oito homens ocupados em abrir covas: estavam de cabeça descoberta, a erguer e fazia cair a enxada. Nós enterramos o morto, voltamos nos carros, e daí às nossas casas ou repartições. E eles? Lá os achamos, lá os deixamos, ao sol, de cabeça descoberta, a trabalhar com a enxada. Se o sol nos fazia mal, que não faria àqueles pobres-diabos, durante todas as horas quentes do dia?"
Machado de Assis 


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