sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Seca



Com o passar dos anos (e do Sol) o solo seca. Seca pq falta água!
Mas, a gente seca também, já perceberam?
Só não encontrei uma resposta tão simples ainda do que é que falta...
Que a cada dia, a gente possa encontrar algo que regue e leve nossa alma adiante- radiante (feito o sol que seca).

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Vida louca vida

Enfim cheguei a minha nova casa.

Vou contar algumas partes da minha nova rotina que julgo interessante.

A aldeia:

Blue Creek ao Sul de Toledo – Belize conta com uma população de 231 habitantes. Formada por descendentes de Maias, os idiomas aqui ouvidos são Maia Mopan, Maia Keq Chi e, por ser a língua oficial do país, os mais jovens falam Inglês.


Minha moradia:

Eu estou morando na casa de uma família local. Na verdade eu moro em um quarto(foto) e posso utilizar as facilidades da casa.


Pra começar, eu achava que era uma casa com telhado de sapê. O meu quarto não é. A cozinha, uma outra casa, é. Mas, meu cômodo é de madeira. Também nos disseram que não teríamos eletricidade e, temos. Usamos luz, a noite, para leitura e uma tomada para carregar eletrônicos.

As pessoas aqui não usam cama, só rede mas, nós teremos cama. Por enquanto colchão no chão. De toda forma, eu tenho uma rede que vou colocar aqui pra ficar mais fiel a cultura local.

A rotina:

De fato, a vida aqui é mais simples. Não tem banheiro. É uma fossa (isso que chama) e, para chocar os mais clássicos: banho no rio. Água azulzinha! E, a comunidade inteira se banha nele. Lá é também onde lavamos as roupas, em pedras. É muito interessante experienciar tudo isso.


A família:

São os pais e nada mais nada menos que 10 filhos sendo que 2 não moram em casa então, no presente momento eu tenho 8 irmãos ( 1 irmão e 7 irmãs).Cada um tem suas responsabilidades na casa e com os irmãos mais novos. As crianças são lindas e lógico já me apeguei a elas todas. Não gosto de favoritismo, mas tai a foto da Ana


Nós temos café, almoço e jantar juntos e, como meu aposento é do ladinho, a gente se vê o tempo todo. As meninas são também minhas guias nesse tempo. Me levam a lugares, me ensinam coisas. Dentre as lições está o Keq chi a língua local – que e já administrei aprender algumas sentenças e um vocabulário básico (mas todos em casa falam inglês também) e agora começaremos com alguns artesanatos – primeiro um bordado típico e depois uns cestos de palha. O bordado abaixo é minha primeira arte.


O que eu também já comecei a fazer são as tortillas. Saem um pouco tortas enquanto as delas, redondinhas, mas, eu acho que no fundo, as minhas é que são certas – afinal: tort-illas. E, no velho e bom estilo forno a lenha.


Meu meio de transporte é uma bicicleta (o que será bom pra exercício). Ontem ela já quebrou a corrente mas, meu dupla arrumou. Quando chove, o desafio é atravessar a ponte.Não é tão aventura pq o nível de dificuldade é muito pequeno mas, achei legal dividir com vocês.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Nao sou eu quem me navega


Estou navegando... em busca de um lugar pra atracar mas, ao mesmo tempo navego pra me entender. Pra saber em que terrar firmarei meus passos, o que quero fazer. Tenho mapas que me deram e uma bússola minha que posso seguir.Mas, nesse momento, como diz Paulinho da Viola: não sou eu quem me navego quem me navega é o mar.
Navegar é bom! No percurso muito se aprende, muitos vou conhecendo. Vale a pena e muito! Parece estranho mas, ficar longe me ajuda a encontrar o meu lugar.

“Era naquele porto que a gente gostaria de colher as velas, trocar a ansiedade, a inquietação, a angústia latente e sem remédio, o medo múltiplo e cósmico, todas as interrogações, por aquela paz. Acordar de manhã, depois de dormir a noite, achando que vale a pena, que paga, que compensa botar os dois pés entusiasmados no chão.”

Sobre as lembranças

“... são cordiais! São borboletas: passam, enfeitam o instante com algumas cores, voejam e partem. Se deixam alguma coisa, é um sorriso na alma do visitado.”

A Página perdida



Já tem algum tempo, ganhei um livro de capa dura, bem bonito e interessante que desde então carrego sempre comigo.
Um dia, alguém tirou uma das páginas sem querer. Eu me senti um tanto culpada, pois dentre minhas páginas favoritas que lia e relia aquela era uma que não tinha dado atenção merecida nos últimos tempos. E, quando perdemos algo, é comum nos culparmos e imaginar como seria diferente “se”...

Mas, não há nada a ser feito. Aquela página foi-se. Mas, até hoje me recordo bem a mensagem que ela transmitia. Sim, isso fica! Ainda assim, nunca tentei reescrevê-la (nem mesmo tive vontade) porque mesmo que o faça, não será como a página tirada.
Não me importo (e até me agrada a idéia) de encontrar outras páginas com belas mensagens pra acrescentar entre as outras, mas, nunca com a intenção de ocupar aquele vazio deixado, o espaço já cativado. São todas novas páginas.

Nem mesmo a alegria e gratidão, de novos encontros, me tiram o saudosismo. Direto folheio o livro em busca daquela página. Quando me dou conta que se foi de vez, sempre lamento, mas noto com clareza que tudo aquilo esta muito presente dentro de mim e de olhos fechados, posso sentir em meus dedos a página que me escapou.