O Lobo da estepe e eu

Há mais de um ano, minha madrinha me emprestou um livro. Disse que era um livro importante pra ela.
Eu tinha uma pilha de livros acumulados. Um tanto de livros que iria levar na viagem mas aquele, eu não levei. Fiquei com medo de estragar e deixei por aqui.

De volta há um bom tempo, me deparei com o livro e pensei: está na hora de devolvê-lo. Mas, não o li! Pq não? Não era o momento talvez? Decidi que era o próximo da minha lista...e ainda assim, procastinei. Até que lendo uma matéria sobre uma das bandas que mais ouvi nesse tempo que "desprezei" o livro, O Teatro Mágico, descobri que o nome veio justamente do livro que tinha em mãos. Pronto. Tai mais uma motivação. Era hora de lê-lo. Dito e feito! Como se não bastasse, tive que comprar um pra mim, depois de ter devolvido o livro, tantos eram os pedaços que quis rabiscar (poisé, aos tradicionais amantes de livros, eu tbm o sou, mas o livro é pra mim um brinquedo. Dobro o cantinho da página, marco - delicadamente- trechos que gosto do pensamento, que falam de mim, de quem eu fui ou queria ser...ou trechos que soam legal).

Assim como o Teatro Mágico, o Lobo da Estepe é para raros...
E eu, perdi a conta de quantas vezes me identifiquei com o Lobo da Estepe....

"na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual, com sua arquitetura, seus negócios, sua política e seus homens. Como não haveria de ser eu um lobo da estepe e um mísero eremita em meio de um mundo cujos objetivos não compartilho"

"Um homem da Antiguidade, que tivesse de viver na Idade Média, haveria de sentir-se tão afogado quanto um selvagem se sentiria em nossa civilização. Há momentos em que toda uma geração cai entre dois estilos de vida, e toda evidência, toda moral, toda salvação e inocência ficam perdidas para ela. Naturalmente, isso não atinge a todos da mesma maneira."

Hermann Hesse - O lobo da Estepe

Para aqueles que as vezes sentem-se estranhos no mundo comum, eu indico.